Cap1. Prazer, meu nome é…(Parte 1)
O brilho do sol já perdia sua força com a chegada da noite, a lua já dava as caras no céu ainda azul. Olhei para baixo do alto de um prédio na esperança de encontrar a minha Lucy entre os destroços de carros e pedaços de outras mil coisas que haviam se acumulado durante os muitos anos de abandono que haviam se passado, infelizmente, não consegui encontrar nada, nada vivo pelo menos.
Foi então que decidi que já era hora de parar de apreciar a vista, de cima do antigo prédio do Citibank, agora já quase todo destruído, praticamente desabando, nada mais restava do que um dia já foi. Uma pena.
Demorei muito tempo para sair de lá, já que as escadas que havia usado para subir desabaram nos últimos dois andares, então tive que procurar outra maneira de descer. Felizmente quando cheguei no poço do elevador vi que uma trepadeira grossa cobria as paredes até o quinto andar e que os andares no subsolo estavam todos cobertos de água, uma água verde e escura, não conseguia ver nem um palmo abaixo de água, não podia arriscar um salto na água.Tive então que arriscar descer pelas trepadeiras que não eram lá muito confiáveis.
Peguei uma certa distância no corredor em frente ao poço do elevador, corri e saltei, infelizmente notei tarde demais que a trepadeira estava úmida e escorregadia.
Meus dedos deslizaram e uma das minhas mãos escapou da planta mas a outra conseguiu se firmar e desci com calma, saindo pelo terreo.
Havia ainda muita luz na rua quando sai do prédio, consegui até me ver em um vidro ainda bem inteiro do prédio ao lado do que eu estava. Eu estava sujo e com grossas manchas em volta da boca e nas mãos, principelamente em baixo das unhas, mas tirando a sujeira eu até que estava bem, tinha até um leve avermelhado no resto da minha pele, parecia saudável, coisa rara para mim, acreditem.
Eu sabia que se queria me limpar para parecer ainda mais um pouco saudável eu tinha que buscar o lugar que deveria estar mais inteiro ainda, atravessei a rua bem em frente ao prédio da Gazeta, meu destino era um pequeno e não muito importante shopping que havia ali, o Top Center, mas algo me chamou a atenção antes mesmo de entrar nele, olhei em volta, algo cutucava minha nuca, meus olhos giravam em suas órbitas procurando algo. Procurei por alguns segundos a minha volta alguma coisa que pudesse ter me deixado assim, andei alguns passos e atravessei a rua seguinte onde parei por um instante olhando no chão um pedaço de placa de trânsito que estava escrito: “ Al Joaquim Eugênio de Lima” com uma seta apontando para cima, infelizmente não havia mais nada legível nela. Parei perto de uma banca de jornal que havia ali perto, ou melhor, um pedaço de metal retorcido que estava na esquina da próxima rua.
“…apenas o fim do mundo…”
Era tudo que consegui ler em um pedaço de jornal que estava preso a um afiado de metal retorcido.
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