quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Damien pt2

Parte 2 atrasada por causa das festas de fim de ano e minha incapacidade de acessar a internet.


Cap1. Prazer, meu nome é…(Parte 2)


Caminhei até perto dele mas não consegui achar mais nada que pudesse ler,nada pelo menos relevante e que contivesse mais de três palavras inteiras e sequenciais. Que tédio era esse novo mundo quando se falava em passa-tempos literários. É difícil achar algo que desse para ler hoje em dia, a maioria dos livros que estavam nas livrarias tinham sido encharcados ou queimados e não conseguia ler um sequer do começo ao fim.
Ficava bem triste quando pensava nisso, sabia que não leria nenhuma obra nova de nenhum autor, sabia que ficaria sem meus antes tão amados quadrinhos e sem os magnificos livros de Neil Gaiman, oohhh vida cruel.


Logo voltei para minha pequena missão, a busca pelo que havia me atraido até ali, caminhei em circulos naquele pequeno pedaço de calçada até que notei que logo a minha frente estava um antigo McDonald’s, foi então que notei que aquele algo que estava me incomodando tanto vinha lá de dentro, não era uma coisa que me incomodava na verdade, era mais algo que parecia estar me chamando, um odor, algo até agradável.


Atravessei a moldura que um dia havia tido um vidro no meio e que agora estava esparramado no chão em pequeninos pedaços que me lembrou as constelações, não sei porque, talvez por estarem brilhando a fraca luz que vinha de uma lâmpada que sismava em ficar ligada no teto.


Ali dentro nada mais parecia inteiro, as mesas estavam aos pedaços e as paredes com mais buracos que um quejo suiço, tentei não fazer muito barulho enquanto passava por cima dos destroços, e foi neste momento que reparei em uma pequena mancha alaranjada no chão, o que para qualquer pessoa normal não significaria nada para mim estava bem claro do que se tratava, sangue deles.


Subi as escadas num instante e notei que estranhamente lá em cima nada estava muito quebrado, as coisas estavam derrubadas, algumas trincadas, outras coisas sem uma perna ou sem encosto mas tudo estava praticamente o mesmo de quando eu visitava aquele lugar, de quando tudo era semi-normal. Quando dei a volta em uma pilastra vi uma mesa tobada com os pés encostados na parede e algumas outras mesas e cadeiras derrubadas, dei a volta na mesa e vi um deles sentado com as costas apoiada na mesa.


A luz que entrava pela grande janela era fraca e a luz dos postes já era mais forte que a luz do sol, logo teriamos só a luz artificial para nos iluminar, notei feliz que ele estava bem ferido e já tinha uma idade bem avançada, acredito que uns três anos, talvez até mais, fiquei ali parado por um tempo olhando para ele, sabia que ele também me olhava com uma expressão triste, sorri vendo seu sangue laranja escorrendo pelo seu ombro em um ferimento bem profundo, qualquer ser humano já teria morrido com aquele ferimento, mas não estavamos falando de um ser humano normal.


- Você vai morrer. – disse a ele reparando na plaquetinha com seu número de identificação (309667) e em baixo o logo da empresa que ele trabalhava, Clonnard, li com nojo, queria mais que tudo na minha vida dar fim ao que ela fazia.


- Eu sei. – ele disse seguido de tosses e um cuspe de sangue laranja no chão, sangue que também escorria pelo canto de sua boca.



Fiquei parado olhando para elel que pareceu não se encomodar que eu o observasse, notei então como a vida humana era frágil, digo vida humana sem me incluir na humanidade, já que eles mesmos não nos incluiam e até haviam nos dado outro nome, “inumano” é como eles nos chamavam, como se depois do que houve não fossemos mais humanos, e como se não fosse o bastante ainda atribuiram a culpa disso tudo a nós. Não! Eu discordo dessa teoria, discordo de tudo que a Clonnard afirma, eu não apoio nada que esta empresa fale, além de criarem uma nova definição para nossa espécie ela promoveu a discriminação desta espécie, que gerou uma série de atos violentos, no fim, guerra.

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